A ideia de criar uma empresa baseada nos princípios da Permacultura – cuidar da Terra, cuidar das Pessoas, partilhar justamente os rendimentos – já passeava pela minha cabeça há algum tempo. A ideia de me dedicar Terra, à floresta, à apicultura, gerir espaços florestais, e construir produtos úteis, de qualidade e duráveis, de forma menos insustentável também.
No entanto, porque não o podia fazer sozinho, tentava criar uma equipa, entre os meus amigos, mas se bem que a recepção à ideia por parte das pessoas que abordei foi entusiasta, por uma razão, ou por outra, acabaram por se manter à margem do projecto.
Conheci o Carlos Costa no primeiro workshop de apicultura que organizei, em Paredes, pela associação Paredes em Transição, e que tinha o Harald Hafner como professor. O Carlos já trazia com ele uma larga experiência como apicultor, mas tinha um desejo enorme de aprender mais e mais, e como tal tinha-se inscrito no curso.
Durante o workshop, chegámos à conclusão que partilhávamos o mesmo prazer de trabalhar na Natureza, partilhávamos opiniões sobre uma quantidade enorme de assuntos, e partilhávamos a mesma preocupação sobre a maneira descabeçada com que a humanidade está a destruir o único Planeta que a pode sustentar. Concordávamos que uma empresa não tem que ser, forçosamente, um agente de destruição, podendo mesmo criar um impacto positivo no ambiente e na sociedade. Construída uma amizade sólida, decidimos meter mãos à obra e começarmos a criar um sonho comum.
A meio do curso, o Carlos já estava a construir colmeias e alças, na oficina que tinha improvisado em casa, e que os colegas levavam para os seus apiários. As primeiras peças eram do mais rústico que se pode imaginar, mas a verdade é que funcionavam tão bem como qualquer outra, e porque se agarravam por umas pegas, em vez dos convencionais buracos, eram muito mais fáceis de manusear, diminuindo muito o esforço nas costas e musculatura. Algumas destas peças ainda podem ser vistas no apiário comunitário da associação Paredes em Transição, e continuarão, por muitos anos, porque aquilo dura, e dura, e dura…
Decidimos que se íamos construir colmeias, então iríamos construir colmeias verdadeiramente sólidas, funcionais e duradouras, que pudessem ser usadas em apicultura biológica, que melhorassem a vida das abelhas e do apicultor, e cuja construção causasse o menor impacto possível no ambiente.
Na altura eu já andava a negociar a representação das serrações portáteis da marca sueca Logosol para Portugal, e o Carlos foi entusiástico em reconhecer que utilizar os equipamentos da Logosol para, de uma maneira menos negativa para o ambiente, se conseguir a madeira necessária para construir colmeias fazia todo o sentido.
Depois de um processo de experimentação que envolveu muita tentativa e erro, aperfeiçoámos uma linha de colmeias das quais nos orgulhamos e que, esperamos, farão muitas abelhas e muitos apicultores felizes.
Elas estão aí, à espera de comprador!
E foi assim que nasceu a empresa TimberBee!
Miguel Leal
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